quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Voto nulo, não; voto consciente, sim.

Hoje li este artigo do Dr.Valmor Bolan publicado no Diário da  Franca que fala muito bem sobre o voto consciente, então gostaria de partilha-lho com vocês: 

 

"O grande desafio político da atualidade é o aprimoramento da democracia. Muito esforço tem sido feito nesse sentido, mas não é um processo simples e exige anos de maturação. O fato é que a cada eleição, a população é chamada escolher os tomadores de decisão, nas instâncias municipais, estaduais e federal. A reforma política que deveria acontecer, ainda está longe de chegar ao que realmente precisamos, enquanto isso vai tendo que lidar com a realidade que aí está cheia de deficiências. Muitos defendem o voto distrital, é certo. Mas muito pouco avançou a reforma política. E nem por isso devemos entregar os pontos e deixar-nos vencer pelo ceticismo. O caminho não é esse, mas o de fazer valer a cidadania, e contribuir para o aperfeiçoamento do sistema político, para que a democracia deixe de ser apenas uma palavra bonita, para se tornar uma realidade efetiva, capaz de garantir a todos, os direitos humanos básicos, e as condições sociais adequadas para o cumprimento também dos deveres humanos.

Por isso que não podemos ser favoráveis a uma campanha que circula pela Internet, fazendo apologia ao chamado voto nula, dizendo que se houver 50% mais 1, as eleições são anuladas, tendo que realizar nova votação para escolha de candidatos diferentes. Com isso, os eleitores dariam um susto na classe política, etc. Isso é de uma ingenuidade e umas fantasias monumentais, pura retórica, que não funciona. Não é assim que se dá um susto na classe política. O melhor susto é simplesmente não votar naquele candidato que não correspondeu com as expectativas, ou que não procedeu de acordo com o que devia na sua função. Para contrapor o voto nulo, apoiamos o voto consciente, esse sim, capaz de fazer com que possamos exercer a cidadania com lucidez. Não é fácil corrigir as deficiências do sistema democrático. Exige de nós tomados de posição, opções e atitudes propositivas. Por isso, a melhor solução é o voto consciente.
Temos muito a contribuir nesse processo, pois a cada eleição há a oportunidade de podermos verificar o histórico de cada candidato, aquilo com que ele está comprometido, olhando para os seus feitos, sua capacidade de realização, e a dimensão de seu compromisso com a verdade e o bem. A Lei da Ficha Limpa hoje está aí já como um parâmetro a mais, mas temos muito que avançar. E só conseguiremos obter melhores resultados, se soubermos ser capazes de olhar para frente e buscar soluções, sem negativismos. Por isso, mais uma vez, reforçamos a defesa do voto consciente, pois é somente assim que conseguiremos construir a democracia capaz de garantir em promoção dos direitos e deveres humanos, para o bem de todas as pessoas.'' 


Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Presidente da CONAP/MEC (Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do PROUNI)

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